O que é uma crise de ansiedade
Uma crise de ansiedade ocorre quando o corpo reage de forma intensa a uma situação percebida como ameaça — mesmo que não exista um perigo real. É como se o cérebro apertasse o “botão do pânico” sem necessidade.
Durante a crise, o organismo libera adrenalina e cortisol, hormônios responsáveis pela resposta de “luta ou fuga”, o que provoca sintomas físicos e emocionais intensos.
Essas crises podem durar de alguns minutos a cerca de meia hora, mas a sensação é de que o tempo não passa e de que algo grave está para acontecer.
Sintomas físicos mais comuns
Os sintomas físicos surgem porque o corpo está em estado de alerta. Entre os mais frequentes estão:
- Taquicardia: o coração dispara como se fosse sair do peito.
- Falta de ar: sensação de sufocamento ou de que o ar “não entra”.
- Tremores: especialmente nas mãos e nas pernas.
- Suor excessivo: mesmo em ambientes frios.
- Tontura ou sensação de desmaio: causada pela hiperventilação.
- Dor ou aperto no peito: que muitas vezes é confundido com infarto.
- Formigamento nas extremidades: consequência da respiração rápida.
- Náusea ou desconforto abdominal.
Essas manifestações físicas são reais, mas não representam perigo imediato. Elas fazem parte da resposta natural do corpo ao estresse.
Sintomas emocionais e cognitivos
Além dos sintomas físicos, a crise de ansiedade traz uma onda de medo e pensamentos negativos. Os principais incluem:
- Sensação de morte iminente (“vou morrer”, “vou desmaiar”).
- Medo de perder o controle ou enlouquecer.
- Despersonalização: sentir-se “fora do corpo” ou como se estivesse sonhando.
- Dificuldade para raciocinar: o pensamento fica confuso e acelerado.
- Irritabilidade e angústia intensa.
Essas sensações costumam desaparecer gradualmente à medida que o corpo volta ao equilíbrio, mas deixam um grande cansaço físico e mental.
Por que acontecem as crises
As crises podem ser causadas por fatores biológicos, psicológicos e ambientais.
Entre os mais comuns:
- Predisposição genética à ansiedade.
- Estresse crônico ou traumas anteriores.
- Consumo de cafeína, álcool ou drogas estimulantes.
- Falta de sono e alimentação irregular.
- Problemas hormonais (como tireoide alterada).
Quando as crises se tornam recorrentes, é importante procurar ajuda médica, pois podem indicar transtorno de pânico ou outros tipos de transtornos de ansiedade.
O que fazer durante uma crise
Durante uma crise de ansiedade, é essencial acalmar o corpo primeiro. Algumas estratégias eficazes:
- Respiração profunda e lenta: inspire pelo nariz por 4 segundos, segure por 2 e solte pela boca em 6.
- Reconheça o que está acontecendo: diga a si mesmo “isso é uma crise, não um infarto”.
- Apoie-se em algo real: olhe ao redor, toque objetos, descreva mentalmente o ambiente.
- Evite fugir: se possível, permaneça no local até a crise passar.
- Busque ajuda médica se for a primeira vez — é importante descartar causas físicas.
Prevenção e tratamento
O tratamento das crises de ansiedade envolve mudanças de estilo de vida e, quando necessário, acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
Entre as medidas mais eficazes estão:
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC) — ajuda a identificar gatilhos e reestruturar pensamentos.
- Atividade física regular — reduz o excesso de adrenalina e melhora o humor.
- Técnicas de relaxamento e meditação.
- Sono adequado e alimentação equilibrada.
- Uso de medicações ansiolíticas ou antidepressivas, sempre sob orientação médica.
Com o tempo e o tratamento adequado, o cérebro aprende a reagir de forma mais equilibrada às situações de estresse, e as crises tornam-se cada vez mais raras.
Conclusão
As crises de ansiedade são assustadoras, mas não perigosas.
Com conhecimento, autocontrole e apoio profissional, é possível recuperar o equilíbrio emocional e retomar a qualidade de vida.
Reconhecer os sintomas é o primeiro passo para vencer o medo e buscar ajuda com segurança.
Referências científicas
- American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). 5ª ed. 2013.
- Craske MG et al. Anxiety disorders. Nature Reviews Disease Primers. 2017;3:17024.
- Bandelow B, Michaelis S. Epidemiology of anxiety disorders in the 21st century. Dialogues in Clinical Neuroscience. 2015;17(3):327–335.



